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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Exageros em cirurgia plástica.

Caso Envolvendo modelo brasileira mostra os perigos de não se estabelecerem limites
A meta de obter o título de mulher com as maiores próteses de silicone do mundo fez com que a modelo capixaba Sheyla Almeida Hershey, 30 anos, não pensasse nas consequências ao realizar sua nona cirurgia para aumentar as mamas. A modelo, que já tinha 1 litro em cada seio, esteve no Brasil em junho para colocar mais 3,5 litros. Com isso ficaria com 9 litros e ultrapassaria a recordista mundial, a atriz pornô americana Maxi Mounds, com 7 litros.
Tamanha ambição lhe ocasionou uma grave infecção, que se não for controlada pode levá-la à morte. O caso revela que, para muitos, não há limite para alcançar o corpo ideal. De um lado, homens e mulheres dispostos a pagar qualquer preço para ter o tórax de Paulo Zulu, os seios de Pamela Anderson, a barriga de Madonna. Do outro, profissionais que em nome do lucro fazem qualquer negócio.
A modelo, que mora desde 2002 no Texas, disse que foi obrigada a realizar a cirurgia no Brasil porque já havia ultrapassado os limites estabelecidos pela legislação dos Estados Unidos. Sheyla assume ter realizado mais de 30 cirurgias plásticas, nove delas para aumento das mamas.
Por aqui, a coisa é diferente. "Isso não existe no Brasil e não sei se há países que estabelecem isso. O limite é, na verdade, o bom senso. Atingir recordes significa ultrapassar limites e, como tal, há riscos. É comum encontrar paciente que chega ao consultório buscando o extremo. Cabe ao médico recusar, o cirurgião precisa dizer não", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Sebastião Guerra.
O nome do cirurgião da modelo não foi revelado, mas de acordo com Guerra, a instituição pretende cobrar explicações. "O termo de compromisso, normalmente assinado pelo paciente, não isenta o cirurgião de suas responsabilidades. Vamos investigar se ele é membro da sociedade e cobrar explicações sobre a sua conduta profissional. Não concordamos do ponto de vista ético."
Além de problemas de coluna, o excesso de silicone pode provocar a distensão permanente da pele. Ou seja, quanto maior for o volume da prótese, mais a pele irá se esticar. Isso significa que, se a mulher tiver que retirar a prótese por qualquer motivo (desde arrependimento até rompimento do material, que pode dar origem a nódulos), as mamas ficarão flácidas e precisarão de outra cirurgia para voltarem ao normal.
Na opinião do cirurgião plástico Alexandre Barbosa, é preciso avaliar o que, de fato, é belo em termos de tamanho de seios. "Não podemos exagerar, não só pela estética, já que um seio muito grande pode ficar vulgar, mas principalmente para a saúde. Até que ponto vale a pena ficar com os seios tão grandes?", questiona.
Fonte: A Tarde - Salvador - Ciência & Vida

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